Entrevista: Enbound

Depois de And She Says Gold, já não surpreende a qualidade do coletivo sueco Enbound. E isso fica demonstrado no segundo álbum The Blackened Heart. Por isso procuramos conhecer como foi o desenvolvimento desta nova proposta. Quem nos respondeu foi o guitarrista Marvin Flowberg.

Olá Marvin, tudo bem? O que têm feito os Enbound nestes últimos cinco anos?
Olá! Está tudo bem, obrigado! Trabalhamos principalmente em The Blackened Heart. Escrevemos as músicas, fizemos os arranjos, criamos vídeos e material visual. Gastamos o nosso tempo para fazer o melhor álbum que pudemos. Durante este caminho, também houve algumas questões privadas e deveres na vida que tiveram prioridade, isso tivemos algumas pausas de trabalho. Mas agora está, finalmente, cá fora e sentimo-nos muito bem!

Deve ter sido bastante trabalhoso conseguir criar um sucessor tão forte como a vossa estreia…
É sempre difícil fazer um álbum. Assim que começamos a trabalhar nas músicas para este álbum, imediatamente sentimos que este material era tão bom ou até melhor do que a nossa estreia. Esse também foi um objetivo nosso- tornar tudo ainda melhor. Há muito pensamento por trás de cada detalhe em The Blackened Heart. Tivemos cerca de 60 novas músicas para escolher e dez delas acabaram no álbum. Passamos muito tempo nos arranjos e tentamos tudo o que podíamos, em todos os lugares, para ver como funcionava. Em seguida, escolhemos a melhor opção. Não usamos nenhum tipo de modelos de composição padrão, o que, de alguma forma, podes fazer se fores preguiçoso (risos).

Com And She Says Gold foram considerados como a nova sensação do metal sueco. Cinco anos depois, com uma formação estável, como vêm a vossa evolução?
Durante estes cinco anos passamos mais tempo juntos. Refinamos as nossas capacidades técnicas e temos um melhor fluxo de trabalho. Também tínhamos uma visão muito mais forte da forma como queríamos que este álbum soasse. Como, o que podemos fazer melhor que no álbum de estreia? Acho que The Blackened Heart é mais sólido, tem canções mais atraentes, maior som e melhores arranjos. Mais emoção e energia. Agora acho que encontramos como Enbound é, e provavelmente era, suposto soar. Isso não significa necessariamente que irá soar assim para sempre, mas serve de base para o que virá em seguida.

Mais uma vez vocês apresentam um grande trabalho ao nível da imagem. É fácil perceber que, para os Enbound, é importante trabalhar este aspeto combinado com a música. A imagem é muito importante hoje em dia, não é verdade?
Obrigado! Acho que a imagem deve refletir a música, tanto artisticamente como em qualidade. As fotografias fazem sentir algo. Eu não queria que a minha foto no booklet fosse tirada no meu quarto com uma câmara descartável de 1996, por exemplo. Eu gosto quando todo o pacote é criativo, não apenas a música.

Muito interessante é o uso do baixo em solos em duas canções. Não muito usual, mas funciona muito bem... Como surgiu essa ideia?
Em estúdio discutimos ideias diferentes e alguém disse "por que não ter um solo de baixo aqui?". Tentamos, encaixou bem na música. O Swede é tão bom a tocar a solo que seria um desperdício de talento não usá-lo algumas vezes.

Mas um dos solos foi interpretado por Mike Lepond. Como se proporcionou essa colaboração?
Ele toca o primeiro solo de baixo em Feel My Flame. Tínhamos esse solo de baixo e pensei em ter um convidado para o tocar. Todos somos fãs dos Symphony X, portanto o nome de Mike LePond surgiu rapidamente, se não mesmo o primeiro, quando estávamos a fazer brainstorm. Enviamos-lhe a música e perguntamos-lhe se o queria fazer. Ele disse sim e fez um solo incrível!

Para além de LePond há, ainda, uma outra convidada - Linnéa Wikström, que canta em Falling...
Correto! Ela faz os backing vocals nessa música. Tínhamos em mente ter um vocalista convidado e ela também disse sim à participação quando lhe pedimos. Ela veio ao nosso estúdio e gravou as suas partes. Basicamente, tudo num take. Ela é uma cantora fantástica e seus vocais deram à música uma profundidade e emoção extras, penso eu.

Com uma canção chamada Twelve e outra Holy Grail, existe algum tipo de temática religiosa neste disco?
Na realidade não, embora concorde que esses títulos soam um pouco religiosos. O agradável das letras em todo o lado é o que elas significam para ti. Tu dás a tua própria interpretação às letras. Elas podem significar uma coisa para ti e outra coisa para outra pessoa. E ambos estão certos. Vou contar-te como surgiu o título Twelve. Quando trabalhamos em músicas, normalmente, damos-lhes títulos de trabalho antes de ter o título final. Nesta altura elas podem ser chamadas de qualquer coisa. Como Cat, Elephant5, Song1, Enboundsong123 e assim por diante. Com esta música, Mike bateu algumas teclas aleatórias no teclado do computador e tornou-se 12. Depois de algum tempo mudou para Twelve e escrevemos as letras com base nisso. Ou seja, é um título de trabalho que fez todo o caminho até ao álbum. Não é muito frequente, mas às vezes acontece.

Próximos projectos para os Enbound? O que têm em mente?
Agora estamos a promover o álbum, a fazer entrevistas e assim por diante. Os nossos planos para o futuro são continuar a fazer música e continuar a evoluir em todas as áreas: composição, produção, tudo. Já começamos a trabalhar em novos materiais. É realmente emocionante!

Muito obrigado, Marvin! Queres acrescentar mais alguma coisa?
Obrigado, foi bom falar contigo. Quero dizer olá e agradecer aos nossos fãs portugueses pelo apoio. Espero que gostem de The Blackened Heart. E certifique-se de fazer like na nossa página de Facebook (www.facebook.com/enbound) se desejarem conhecer as últimas atualizações e notícias a nosso respeito. Agora, és para sempre um Enbound!

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