Entrevista: Henric Blomqvist


Henric Blomqvist é um guitarrista finlandês que tem estado ativo em diversos projectos, sendo o mais destacado, os Solid Faces, banda de covers do rock clássico. Finalmente aventurou-se num lançamento em nome próprio, tendo, para isso, se rodeado de alguns convidados, incluindo o mítico Doogie White. O resultado é All Of Your Illusions, motivo principal que nos levou a termos esta conversa com o guitarrista.

Olá Henric! Obrigado pelo teu tempo Via Nocturna e parabéns pelo teu excelente álbum! Podes falar-nos um pouco da tua carreira até agora?
Olá e obrigado! Bem, eu comecei a tocar guitarra clássica na escola de música local, quando tinha cerca de 10 anos de idade, mas, eventualmente, comecei a ficar mais e mais interessado na guitarra elétrica e influências como Jimi Hendrix e Frank Marino, portanto, depois de alguns anos conectei-me inteiramente à guitarra elétrica. Comecei a tocar em várias bandas e, em 1987, os Metal Force, sairam com um MC contendo músicas próprias. Os Metal Force acabaram por se dissolver e houve outros coletivos criados, por ex. PN Wildbrain e Tinderbox, etc. no qual toquei até 1996, quando fiz uma pausa. Em 2006 começamos uma banda tributo ao hard rock clássico chamado Solid Faces e desde aí, ao longo dos anos tenho participaram em várias composições como artista convidado e feito espetáculos pela Finlândia.

All Of Your Illusions é o teu primeiro álbum a solo. Podemos dizer que, definitivamente, é uma marca de todas as suas ilusões?
Sim, este é meu primeiro álbum a solo e um sonho para mim. Há muito que toco com a ideia de fazer um álbum a solo. Sempre escrevi música e muitas das canções são ideias musicais que escrevi há bastante tempo atrás. Iria dizer e espero que o álbum proporcione algumas ilusões para os ouvintes também.

Quem são os músicos que tocam contigo neste álbum?
Tive a sorte de conhecer muitos cantores e músicos na Finlândia, mas também do estrangeiro, por isso tenho quatro vocalistas que participam no álbum. Doogie White (Reino Unido) conhecido de, entre outros Rainbow, Yngwie Malmsteen e que agora participa com Michael Schenker; depois temos Jari Tiura (Finlândia), que também cantou com MSG e Jukka Nummi (Finlândia) um cantor bem conhecido das cenas musicais locais aqui na Finlândia e Johan Mattjus (Finlândia), conhecido pelo trabalho em Stormwing e Altaria e agora vocalista solo dos Solid Faces. No baixo temos Jonas Kuhlberg (Finlândia), um professor de baixo e baixista na banda de Death Metal Melódico finlandesa Mygrain, no Hammond/teclados temos o Sven Wannas (Finlândia) conhecido também dos Stormwing e agora teclista dos Solid Faces. As baterias sólidas são tratadas por Roger Snellman (Finlândia) (Tinderbox) também o baterista dos Solid Faces. Sven Wannas é também o co-produtor do álbum e ele também fez a mistura e masterização do álbum.

Portanto, são músicos que normalmente já trabalharam ou trabalham contigo noutros projetos?
Sim, todos eles são bons amigos com quem trabalho em vários projetos e com quem tenho feito alguns espetáculos pela Finlândia. Sven, Johan e Roger também tocam nos Solid Faces.

Exceto Doogie White! Como obtiveste a colaboração deste monstro sagrado no teu álbum?
Conheci Doogie pela primeira vez em março de 2009, aquando da sua visita à Finlândia, quando estava aqui para fazer um espetáculo quando me perguntaram se estava interessado em entrar na banda como guitarrista. É claro que estava interessado... (pelo amor de Deus, este foi o homem que cantou nos Rainbow e dividiu o palco com um dos meus guitarheroes, Richie Blackmore...). Doogie voltou em junho do mesmo ano e fizemos mais alguns espetáculos. Foi durante essa mini-tournée quando tive algumas conversas interessantes com Doogie no autocarro da tournée e discutimos música e outras coisas com ele. Nessa altura ele disse-me que ele estava interessado em trabalhar com vários guitarristas "eles puxam-me até ao meu limite", disse ele. Na altura não liguei, apenas mais tarde, quando decidi começar a fazer um álbum solo, me lembrei porque não perguntar a Doogie se ele estaria interessado em cooperar. Mandei-lhe alguns arquivos em mp3 de algumas demos que tinha feito e perguntei-lhe se ele estava disposto a cooperar em algumas músicas. Demorou algum tempo a responder… mas estava interessado!

Ele deslocou-se até à Finlândia para gravar contigo ou gravou sozinho?
Doogie teve a oportunidade de cantar a sua parte em Londres, portanto, preparei uma música que pensei que encaixaria e enviei-a para ele. Concordamos que eu escrevia as letras e que Doogie as editaria e modificaria de forma a se adequar à melodia da canção. Doogie gravou algumas demos e mandou-as de volta para mim para ouvir a minha opinião. Quando acordamos uma versão final, Doogie gravou os leadvocals e backing vocals e enviou os ficheiros de volta para mim. Portanto, diria que gravamos juntos apesar de nunca termos estado no mesmo estúdio.

All Of Your Illusions é um verdadeiro disco de hard rock clássico. Quais são as tuas principais influências?
O processo de composição espalhou-se por um longo período de tempo, por isso acho que há muitas influências, mas é claro que as bandas Deep Purple, Whitesnake e Rainbow, tiveram muita influência em mim, mas Frank Marino, Ritchie Blackmore, Ronnie James Dio e John Lord também tiveram uma grande influência em mim... e também os meus coautores colocaram os seus toques pessoais e suas influências nas músicas.

Li numa crítica que este álbum não foi influenciado pelo hard rock dos anos 80 – parece que foi feito em 1986. Era essa a tua intenção desde o início?
Penso que no início não era essa a intenção. Mas à medida que íamos fazendo as músicas começamos a pensar sobre a sonoridade. Não queria ter um som esmagador com um monte de guitarras e sintetizadores, mas um som simples, com um relativamente bom som de guitarra, faixas simples de guitarra, baixo e Hammond durante solos de guitarra e o som geral seria simples e transparente, fácil de ouvir sem deixar os ouvidos cansados​​. Por isso acho que o som evoluiu com o tempo e o soundguru Sven Wannas fez um trabalho incrível.

Como fizeste para conseguir todo aquele som vintage?
Acho que o som da guitarra contribui muito para a imagem sonora muito vintage. Eu não uso muito a distorção, mas o maior motivo é provavelmente o som Hammond, que é provavelmente a sonoridade que as pessoas associam com um som de rock clássico.

Como está a situação com os Solid Faces?
Os Solid Faces lançaram o seu primeiro álbum em 2013, Tribute To Classic Rock, contendo covers e agora estamos a trabalhar para agendar concertos. Está, também, em discussão começar a trabalhar num concerto temático, sob a nossa supervisão, na primavera de 2015 e organizar alguns concertos na Finlândia. Para o futuro penso que os Solid Faces continuarão a ser uma banda de covers e a fazer concertos de versões e concertos temáticos um pouco por toda a Finlândia. Quando se tratar de escrever música própria acho que vai ser com outras pessoas e grupos diferentes.

Tens algum vídeo filmado a partir do álbum?
Há uma equipa de filmagem que estava a filmar um espetáculo relacionado com o lançamento do álbum que fizemos no verão, mas o material ainda está na mesa de edição. Todavia, espero que em breve algum tipo de DVD esteja a sair…

A respeito de projetos para os próximos tempos? Tens alguma coisa em mente?
Devo dizer que fui tomado um pouco de surpresa pela boa receção que o álbum teve, e, portanto, é claro que isso me inspira ainda mais. Já começámos a falar sobre um novo álbum, mas com quem e como ainda não está definido. É claro que, em qualquer caso eu escrevo canções como um louco, por isso espero que em breve as coisas fiquem mais claras e definidas. Tenho pensado muito sobre isso, será que vai ser como o primeiro álbum com vários cantores convidados ou vai ser mais como uma banda...

Bem, foi um prazer conversar contigo. Queres acrescentar mais alguma coisa para os nossos leitores ou para os teus fãs?
Também foi um prazer falar contigo e obrigado pela entrevista e pela review. Em primeiro lugar, gostaria de agradecer a todos que fizeram reviews ao álbum. Chegou-me um grande feedback que me inspira ainda mais, e para todos aqueles que, de uma forma ou outra, deram o seu apoio. Também gostaria de agradecer a todos os grandes músicos que participaram no álbum e que deram muito do seu tempo. Particularmente quero agradecer a Sven Wannas pelo seu esforço e tempo gasto para que este álbum se tenha tornado realidade. Espero que haja um novo álbum em breve e que o objetivo seja o de sair e tocar alguns espetáculos na Escandinávia e na Europa e poder encontrar alguns fãs. Tem cuidado e felicidades.

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