Review: Origami (ThanatoSchizo)

Origami (ThanatoSchizo)
(2011, Major Label Industries)

Os ThanatoSchizo são, seguramente, a banda nacional mais corajosa e audaz. Corajosa e audaz no sentido de não temer arriscar, derrubando barreiras, ultrapassando limites. Com uma carreira de 13 anos alicerçada em 4 álbuns e um EP de elevada qualidade, onde as notas dominantes são a criatividade, a capacidade de inovação e o sentido constante de evolução, a banda transmontana chegou, em 2008 a um patamar único do panorama nacional com a edição de Zoom Code, um trabalho de excelência. A questão que se colocava era: como iriam os TSO superar, mais uma vez, tão grandiosa obra? Pois bem, Origami é a resposta, de forma concludente, de como a banda superou Zoom Code e até, eventualmente, se superou a si própria. Ano e meio de trabalho árduo, levando aos limites o conceito já abordado noutros trabalhos de world/ethnic music cruzado com metal, resultou em Origami um disco que, afinal de contas nem é metal nem é de originais. No entanto, a forma como a banda recupera temas de trabalhos anteriores e lhes dá uma nova roupagem, em formato acústico e com a inclusão de instrumentos tradicionais (portugueses e não só) e filarmónicos, faz com que todos esses temas ganhem uma nova vida. Um vasto conjunto de convidados, de todas as áreas musicais, ajudam a elevar Origami a um nível único, nunca antes atingido por qualquer banda nacional. De uma simplicidade desarmante mas, simultaneamente, de uma complexidade vibrante, Origami é um álbum de rara beleza. Uma beleza que começa no artwork e se estende por um conjunto de 12 temas que, na maioria dos casos, chegam a ser brilhantes. A bossa nova em Sweet Suicidal Serenade, o folclore transmontano em inExistence, as atmosferas encantadoras em Nightmares Within ou Pale Blue Perishes, as sublimes linhas de piano em The Journey’s Shiver ou a brilhante mistura híbrida de dois temas (RAW e Void) num só são apenas alguns exemplos da grandiosidade de um álbum que é imperioso descobrir e adquirir. Fundamental em qualquer discografia, Origami é uma marca indelével na história da música portuguesa.

Tracklist:
1. Inexistence
2. (Un)bearable Certainty
3. Nightmares Within
4. Pervasive Healing
5. RAWoid
6. Sublime Loss
7. Dance Of The Tender Leaves
8. Sweet Suicidal Serenade
9. The Journey’s Shiver
10. Hereafter Path
11. Last Of The Few
12. Pale Blue Perishes

Lineup:
Patrícia Rodrigues – vocais
Guilhermino Martins – guitarras, vocais
Miguel Ângelo – baixo
Filipe Miguel – teclados
Paulo Adelino – bateria

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