Entrevista com Gazua


Ainda não passou um ano após a edição de Convocação e já os Gazua estão de regresso às edições, agora com interessante Música Pirata. João Morais, explica-nos tudo sobre esta pirataria.


Vocês não perdem tempo. Cerca de um ano depois da estreia Convocação, já estão com novo trabalho. Em tão curto espaço de tempo, notam alguma evolução na vossa sonoridade?
Sem dúvida! Foi exactamente por sentirmos estar a evoluir bastante como banda que não quisemos perder tempo e decidimos avançar para estúdio apenas 8 meses depois do lançamento do primeiro disco. Estamos a atravessar uma fase de transição na nossa sonoridade. Não sei bem para onde vamos, mas queremos deixar registados todos estes momentos.


Power trios de rock cantado em português não é muito vulgar. De que forma pretendem marcar a vossa posição no panorama nacional?
Acima de tudo, queremos passar uma mensagem forte de união e perseverança pois falta um pouco isso no nosso panorama nacional. Tentar manter a música viva (tocada ao vivo), e não deixar que a internet domine esta coisa tão física.


A vossa sonoridade está construída para agradar a fãs de rock, punk ou mesmo metal. Em qual deste quadrantes vocês se sentem mais à vontade? E que tipo de público é que mais acorre aos vossos espectáculos?
A ideia será fazermos sempre um som abrangente. Achamos isso mais interessante. Crescemos os 3 dentro desses géneros e a coisa acontece naturalmente. Acho que não conseguimos eleger um só estilo. Temos tido realmente público bastante diverso, e isso para nós é muito bom sinal. No fundo, queremos manter o factor surpresa sempre presente.


Como surgiu a ideia de incluir um solo de sax no álbum?
A ideia do saxofone surge na altura em que procurávamos algo um pouco diferente para entrar naquela parte específica da música em que digo que para evoluir temos que experimentar coisas novas... O sax no rock não é novidade, mas a forma como o faz é que acho que fez todo o sentido.

Criatividade parece ser coisa que não vos falta. O exemplo da capa é digno de registo. Podem explicar-nos quais as diversas nuances da mesma e como surgiu tal ideia?
A história da capa surge quando procurava uma forma visível de representar "A União faz a Força". 4 capas juntas formam uma imagem e completam uma frase. A ideia nunca foi de uma mesma pessoa comprar mais que uma capa, mas a de se juntar a alguém e completarem assim qualquer coisa. O próprio nome do disco é uma afirmação de que se pode fazer as coisas à margem da grande indústria, com edição de Autor. Há que salientar que as despesas deste disco foram pagas com o dinheiro que fizemos com o primeiro. A intenção será mesmo tornar a banda auto-suficiente.

Os temas de Música Pirata foram feitos para serem gritados em palco. Sentem que é aí o vosso habitat natural?
O palco é realmente onde tudo faz sentido. Há mesmo coisas que chegam a ser estranhas gravadas em estúdio. Estás a gravar numa salinha minúscula e tens de fechar os olhos e imaginar uma multidão à tua frente. Ao vivo, é como se o ciclo se completasse.


Nesta conformidade, o que é que já está previsto para promoção a este novo álbum?
O que fizemos para já foi tentar marcar concertos um pouco por todo o país. Vamos passar pelo Porto, Coimbra, Figueira da Foz, Torres Novas, Lisboa, Benavente, Almada, Sesimbra, Algarve. Não é fácil chegar a todo o lado, principalmente quando o nome da banda ainda não é muito conhecido, mas vamos a ver se estes primeiros concertos nos trarão outros...


Apesar de ser uma edição de autor, o álbum vai ter distribuição pela Raging Planet. Que vantagens podem advir dessa parceria e pensam que será para manter no futuro?
A Raging Planet tem sido uma ajuda preciosa no que diz respeito ao nosso contacto com as lojas. Já trabalhámos juntos no primeiro disco, e assim continuamos neste segundo trabalho. Comunicamos bem, e isso é importante. É difícil prever o que o futuro reserva...


Obrigado e felicidades.

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