Review: Systematic Chaos (Dream Theater)


Goste-se ou não, os Dream Theater serão sempre Dream Theater. Com álbuns mais complexos ou menos complexos, mais metal ou menos metal, mais intimista ou menos intimista, os DT são, acima de tudo, os líderes incontornáveis desse estilo que se convenciona chamar de metal progressivo. E a sua qualidade em termos de instrumentistas é tal que mesmo que as canções não sejam tão boas, tudo se facilmente se ultrapassa quando se começam a ouvir os eternos diálogos teclados/guitarra/bateria. Tudo isto para dizer que Systematic Chaos é, de facto, mais uma pérola do colectivo nova-iorquino. Depois de um Octavarium mais calmo, quiçá menos exuberante, com recurso a orquestra em dois ou três temas, investindo em campos mais rock e com sonoridades a tocar os U2, mas, ainda assim, esplêndido, regressam com Systematic Chaos (primeiro trabalho para a Roadrunner) e chegam a tocar os extremos. Numa faixa como Constant Motion lembram o saudoso thrash metal de Metallica e na seguinte (The Dark Eternal Night), James LaBrie utiliza efeitos de voz que quase o colocam como um vocalista de death metal sendo bem acompanhado nesse particular por Mike Portnoy (que se revela um vocalista de calibre!), criando aquele que será, porventura, o tema mais negro e obscuro da história do quinteto. Depois há os habituais momentos mais melódicos como Repentance ou Ministry Of Lost Souls. E claro, ainda há os solos inimagináveis, os ritmos frenéticos, os crescendos e diminuendos, os pormenores que, quase juramos, não estavam lá aquando da última audição. Os Dream Theater são, actualmente, uma máquina de metal perfeitamente estabelecida, sólida e muito bem oleada fruto de uma união de cinco elementos que dura há quase 10 anos. Systematic Chaos é grande demais para ser retratado numa review. É complexo demais para ser descrito por palavras. Em suma, é bom demais para ser falado. Só ouvido e absorvido em cada nota e em cada acorde.


Nota VN: 19,50 (1º)

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